SUBSÍDIO PARA LIÇÕES BÍBLICAS DA CPAD
LIÇÃO 9 – VENCENDO AS TENTAÇÕES: AGRADANDO A DEUS
I. Quando a arma do inimigo é a nossa própria natureza.
Isto é, a natureza carnal inata. A que herdamos de Adão (1 Co 15.46-49). Davi disse: “Em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Ler Rm 7.5.
1. Tentação: a estratégia do inimigo (Mt 4.1-11).
Vamos ver o que aconteceu na tentação de Jesus. O Mestre foi tentado sob três aspectos:
a) A concupiscência da carne.
“Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.”
“Se” (advérbio de dúvida). Isto lembra o Éden: A serpente disse à Eva: “Certamente não morrereis”.
Tu não és o Filho de Deus? (vaidade) “...Serás como Deus”.
b) Soberba da vida.
“Se tu és o Filho de Deus lança-te daqui abaixo”.
c) Concupiscência dos olhos.
“Mostrou-lhe todos os reinos do mundo.”
Cristo respondeu-lhe imediatamente, sempre usando a Palavra de Deus: “está escrito”.
O contra ataque ao inimigo deve ocorrer de imediato. “Mas Jesus lhe respondeu... (Lc 4.8).
Jesus, o Filho de Deus...
– Não ignorou a força de Satanás.
– Não discutiu teologia com o inimigo.
– Não negociou com o príncipe deste mundo.
“Resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7)
O verbo resistir é um termo militar. Significa deter ou impedir o progresso do adversário. Ou seja, devemos reprimir a tentação.
Temos de deter a sua tentativa de nos destruir. Ele não pode nos atingir.
2. O processo da tentação do crente. Como ocorre (Tg 1.14,15)?
“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (...) depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1.14,15).
a) Atração – Vem através dos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato).
b) Engodo – Engano (Isca) A pessoa é seduzida pela própria concupiscência (cobiça, apetite carnal exagerado e insaciável – faz parte da natureza adâmica).
“De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? (...) cobiçais e nada tendes; matais e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis”. (Tg 4.1,2).
Somos enganados e tentamos nos enganar:
– Deus não quer que eu seja infeliz.
– Por que lutar contra este sentimento?
– Todo mundo está fazendo.
– Não vai passar disto.
– Sempre fiquei imaginando como seria.
– Só esta vez.
– Não é nada de mais.
– Ninguém vai saber.
– Vou conseguir livrar-me em outra vez.
– Não vai afetar ninguém, só a mim.
– Posso confessar depois, e tudo será esquecido.
– Deus vai me deter, se quiser que continue.
c) Quando a concupiscência é concebida (gerada dentro de nós), dá à luz o pecado (o pecado vem à tona na mente). (aqui a pessoa ainda pode interromper o processo)
“Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante às sua concupiscências” (Rm 13.14).
d) O pecado quando consumado gera a morte.
Jovens! Vocês não podem ser combalidos nesta batalha! Vocês são fortes e já venceram o maligno!
3. Como neutralizar a estratégia do inimigo?
a) Usando a armadura de Deus.
O crente deve defender-se das artimanhas, das ciladas, emboscadas de Satanás com a armadura de Deus (Ef 6.11).
Que são artimanhas? São ardis ou astúcias utilizadas na guerra para burlar o inimigo.
b) Quais são estas armaduras?
“As armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas” (2 Co 10.4).
O apóstolo Paulo nos apresenta em Efésios 6.13-17, cinco peças do equipamento de defesa:
1. Os lombos são defendidos com a verdade.
2. O peito (a couraça) é defendido com a justiça.
3. Os pés são calçados com o evangelho de Cristo.
4. Com a fé (escudo) se defende o rosto e as partes vitais do corpo.
5. A cabeça é defendida pelo capacete, que representa o conhecimento da salvação.
Ao tentar Jesus no deserto, Satanás concentrou-se em lançar dúvidas na sua mente: “Se tu és o Filho de Deus...”
A Bíblia diz que “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo.”
Precisamos conhecer mais sobre a nossa salvação para não sermos surpreendidos com as armadilhas do inimigo:
“Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.”
“Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano por homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Ef 4.13,14).
Paulo menciona apenas um equipamento de ataque: a Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.
Para vencermos a batalha contra o mal precisamos da Espada do Espírito na mão e do capacete do conhecimento da salvação na cabeça. Ou seja, precisamos manejar bem a Palavra e conhecer tudo a respeito da nossa salvação.
b) Não entrando em tentação: oração e vigilância.
Para não entrar em tentação o crente precisa vigiar e orar.
Este foi o conselho de Jesus a seus discípulos quando foi ao Getsêmani: “Orai, para que não entreis em tentação” (Lc 22.40).
Artigo de Max Lucado
“Satanás tem uma estratégia especial para você e ele somente a põe em prática quando você não está olhando. O covarde pai da mentira não ousa encará-lo de frente. Não senhor. Não espere que o chefe dos demônios o desafie para um duelo. Ele não tem integridade para pedir-lhe que se prepare e levante a guarda. Ele joga sujo.
Ele é o mestre do alçapão e autor dos momentos de fraqueza. Espreita até o momento em que você está de costas. Espera suas defesas fraquejarem. Aguarda pelo momento em que o gongo bate e você está se dirigindo para ao seu corner para descansar. Então aponta os dardos para seu ponto mais fraco e...
Na mosca! Você perde a calma, cobiça. Cai e se arrasta. Toma uma bebida, beija uma mulher. Segue a multidão. Racionaliza. Diz “sim”. Assina seu nome. Esquece-se de quem você é. Entra no quarto dela, olha pela janela, quebra sua promessa. Compra a revista, mente, deseja. Bate o pé e segue seu próprio caminho. Você nega seu Mestre.”
c) Disciplina pessoal.
“Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós porém, uma incorruptível.” (...) Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1 Co 9.25-27).
d) Resistindo ao Diabo (1 Pe 5.8,9; Tg 5.17).
e) Buscando a santificação (Hb 12.14; 1 Pe 1.15).
f) Ocupando a mente com as coisas espirituais (1 Ts 4.3-7; Cl 3.1-10; Fp 4.8; Gl 5.19).