sábado, 22 de setembro de 2007


Pr. Marcos Tuler na XII Bienal do Livro, Rio de Janeiro

“Há três tipos de autores: em primeiro lugar, aqueles que escrevem sem pensar. Escrevem a partir da memória, de reminiscências, ou diretamente a partir de livros alheios. Essa classe é a mais numerosa. Em segundo lugar, há os que pensam enquanto escrevem. Eles pensam justamente para escrever. São bastante numerosos. Em terceiro lugar, há os que pensaram antes de se pôr a escrever. Escrevem apenas porque pensaram. São raros.”

(Arthur Schopenhauer)

CARACTERÍSTICAS DA APRENDIZAGEM COOPERATIVA DESENVOLVIDA NA SALA DE AULA


A aprendizagem cooperativa é interativa. Na qualidade de membro de um grupo o aluno deve:

1. Desenvolver e compartilhar um objetivo comum.

O ideal é que os próprios alunos escolham ou participem da escolha do tema do trabalho a ser desenvolvido em sala de aula, em casa ou em qualquer outro lugar. Se eles participarem da escolha do tema, é certo que também terão em mente as razões que os levarão à conclusão do trabalho. Os objetivos têm de ser partilhado com todos.

2. Compartilhar sua compreensão de determinado problema, questões, insights e soluções.

Às vezes, de onde menos se espera é que vêm as melhores idéias, pensamentos e soluções. Há alunos que são quietos, sossegados por natureza. Quase não se ouve a voz deles, quase não se percebe sua presença na sala de aula, mas... de repente... mostram-se inteligentes, geniais, especiais. Trata-se do tão falado insight. Aquela idéia maravilhosa, compreensão clara e repentina da natureza íntima de determinado assunto, que nos vêm sem que sequer percebamos. Todas as questões, insights e soluções, independente de quem os tenham, terão de ser compartilhados.

3. Responder aos questionamentos e aceitar os insights e soluções dos outros.

Nem sempre estamos preparados para aceitar as opiniões e contribuições dos outros. Imaginamos que somente nós temos boas idéias, e pensamentos dignos da consideração do grupo. Isto é, o que o outro pensa ou sabe a respeito do tema que está sendo tratado, na nossa consideração, é insipiente, incompleto ou até mesmo irrelevante.

Este tipo de comportamento é prejudicial ao relacionamento do grupo e ao resultado final do trabalho, embora seja comum em nossas classes.

4. Permitir aos outros falarem e contribuírem, e considerar suas contribuições.

Tanto o professor quanto o aluno, jamais poderão desprezar ou desconsiderar a cooperação de qualquer pessoa que seja. Pois, todos possuem saberes, informações e experiências para compartilhar.

5. Ser responsável pelos outros, e os outros serem responsáveis por ele.

No trabalho de grupo, ao mesmo tempo em que cada um é responsável por si e por aquilo que faz, também o é pelos outros e pelo que os outros fazem. A responsabilidade do resultado do trabalho é de todos.

6. Ser dependente dos outros, e os outros serem dependentes dele. No trabalho de grupo, todos dependem de todos. Não há espaço para individualismo ou estrelismo. O trabalho de grupo é como uma edificação. Todos constroem sobre o que outros já construíram.


Pr. Marcos Tuler com seu último lançamento "Abordagens e Práticas da Pedagogia Cristã".

O QUE PERMITE A CRIAÇÃO DE UM BOM GRUPO DE APRENDIZAGEM?

Muitos professores, encetam trabalhos de grupo em suas classes, sem conhecerem os processos grupais. Vejamos como os alunos se comportam e se relacionam em grupo e quais atitudes devem ser tomadas em cada situação:

a) O professor pode facilitar a discussão e sugerir alternativas, mas não deve impor soluções aos grupos, especialmente àqueles alunos que apresentam dificuldades de trabalhar em conjunto.
b) Os grupos deverão ter de três a cinco componentes, pois, grupos maiores têm dificuldade em manter todos os membros envolvidos o tempo todo.
c) Grupos designados pelo professor, normalmente, funcionam melhor que os que se formam por si mesmos.
d) Em um grupo de trabalho há níveis diferentes de habilidades, formação, experiência.
e) Cada participante fortalece o grupo e cada membro do grupo é responsável não apenas por dar força, mas também por ajudar os outros a entender a fonte de suas forças.
f) O membro do grupo que não se sentir confortável com a maioria, deverá ser encorajado e fortalecido a fim de dar sua contribuição.
g) A aprendizagem é influenciada positivamente com a diversidade de perspectivas e experiências.
h) Com o trabalho de grupo aumenta-se as possibilidades para a resolução de problemas.
i) Cada componente deve comprometer-se com os objetivos estabelecidos pelo grupo.
j) Avaliações deverão ser feitas para se verificar quem realmente está contribuindo em benéfico de todos.
l) O grupo tem o direito de excluir um membro que não coopera e não participa; isto é, depois de tomadas todas as medidas a fim de que a situação se reverta. (O aluno excluído terá de encontrar outro grupo que o aceite.)
m) Qualquer aluno tem o direito de sair do grupo, caso perceba que está fazendo a maior parte do trabalho com pouca ou nenhuma ajuda dos outros (esse aluno, facilmente encontrará um outro grupo que acolha suas contribuições).
n) Algumas responsabilidades operacionais são compartilhadas, definidas e concordadas pelos membros de um grupo. Por exemplo:

- Todo o grupo deve comprometer-se em participar, preparar e chegar na hora para as reuniões;
- As discussões devem ser focadas nos temas, evitando críticas pessoais;
- Ter responsabilidade para a divisão de tarefas e realizá-las a contento

Texto extraído do livro “Ensino Participativo na Escola Dominical: uma nova perspectiva para a docência cristã, CPAD, Marcos Tuler.

Pr. Marcos Tuler com a equipe de vendas da CPAD na XII Bienal do Livro, RJ

domingo, 16 de setembro de 2007


CAPED - ITABUNA/BA - (Pr. Marcos Tuler com aluno de apenas 10 anos)

A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA DOMINICAL NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO CRISTÃ


A Escola Dominical está inserida em um amplo contexto educacional denominado Educação cristã. A educação cristã, como instrumento de formação e aperfeiçoamento do caráter cristão, não ocorre apenas no ambiente da Escola Dominical, mas em todos os setores e seguimentos da igreja local. Nesta rica oportunidade, apresentaremos razões que justifiquem a relevância da ED como principal ferramenta de Educação Cristã na igreja.


I. É importante em razão de sua essencialidade.

A – A Escola Dominical não é uma atividade educativa opcional, é essencial.

Em razão de a igreja estar intrinsecamente associada à educação cristã, a Escola Dominical como departamento principal de ensino, não é opcional, é vital, pois, incrementa e dinamiza todas as atividades e iniciativas educacionais e evangelísticas dos demais setores.

A Escola Dominical não pode ser considerada apenas um apêndice, anexo ou assessório na estrutura geral da igreja ou mero departamento secundário.

Ela se confunde com a própria essência da Igreja. Não é apenas parte da igreja; é a própria igreja ministrando ensino bíblico metódico, sistemático.

Desde os primórdios a Igreja Cristã perseverava na doutrina e instrução dos apóstolos. No primeiro século não havia templos. As famílias se reuniam em suas casas para orar, comungar e estudar a Palavra de Deus. Os crentes mais experientes ensinavam os neófitos basicamente de forma expositiva e em tom familiar (homilétike); explicando e interpretando os pontos mais difíceis das Escrituras de acordo com a orientação dos apóstolos e diretamente do Espírito Santo.

E hoje? A Igreja está realmente interessada em estudar a Bíblia?

B – Onde fica a ED no programa geral de nossas igrejas? Qual a sua importância?

Há algumas décadas, na maioria das igrejas tradicionais, era comum o número de matriculados na Escola Dominical ultrapassar ao de membros da igreja. O que podemos dizer das nossas Escolas Dominicais atualmente?

Enquanto as igrejas tradicionais estão repensando a ED, grande parte das igrejas pentecostais somente começaram a pensar na relevância do ensino bíblico sistemático de algumas décadas para cá.

(A CPAD através do Setor de Educação Cristã e especificamente do CAPED vem realizando um excelente trabalho de conscientização nesta área)

C – A importância da Escola Dominical está explicita no seu principal conceito.

A Escola Dominical conjuga os dois lados da Grande Comissão dada à Igreja (Mt 28.20; Mc 16.15). Ela evangeliza enquanto ensina.

O cumprimento da Grande Comissão através da ED, pode ser visto em quatro etapas:

Alcançar – a ED é o instrumento que cada igreja possui para alcançar todas as faixas etárias. (A audiência do culto à noite, além de ser heterogênea, não tem oportunidade de refletir, questionar e interiorizar o conteúdo recebido).

Conquistar – através do testemunho e da exposição da Palavra. Disse Jesus: "...serão todos ensinados por Deus...todo aquele que do pai ouviu e aprendeu vem a mim" (Jo 6.45). A conversão é perene quando acontece através do ensino.

Ensinaraté que ponto estamos realmente ensinando aqueles que temos conquistado?

Há quem diga que o ensino metódico e sistemático é contrário à espiritualidade? Isto é verdade?

"O ensino das doutrinas e verdades eternas da Bíblia, na Escola Dominical deve ser pedagógico e metódico como numa escola, sem contudo deixar de ser profundamente espiritual."

Isto significa que devemos ensinar a Palavra de Deus com seriedade e esmero, apropriando-nos dos mais eficazes recursos educacionais que estejam à nossa disposição: “...se é ensinar haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7b).

Treinar – devemos treiná-los para que instruam a outros.

Estas 4 etapas estão conjugadas aos 3 principais objetivos da Escola Dominical que são: ganhar almas para Jesus; desenvolver a espiritualidade dos alunos e treinar o cristão para o serviço do Mestre.

II. É importante porque é a principal agência de ensino na igreja.

A ED é a maior agência de ensino da Igreja. Nenhuma outra reunião tem um programa de estudo sistemático da Bíblia com a mesma abrangência e profundidade. Ajustado a cada faixa etária, o currículo da ED possibilita um estudo completo das Escrituras em linguagem acessível a cada segmento, criando raízes profundas na vida de cada crente.

III. É importante porque é uma escola que transforma.

Foi a criação da Escola Dominical, da forma como é conhecida atualmente, que mudou a face da Inglaterra, que mudou a face da Inglaterra. Crianças que antes tinham comportamento marginalizado, abandonadas à sua própria sorte, começaram a ser atraídas por Robert Raikes para reuniões sistemáticas com tríplice ênfase: social, bíblica e evangelística.

IV. É importante porque fortalece a comunhão com Deus e entre os irmãos.

Não pode haver crescimento espiritual fora do contexto da comunhão cristã

“Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus...” (Ef 4.13).

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações (...) Todos os que criam estavam juntos...” (At 2.42,44).

A Escola Dominical propicia um ambiente favorável ao inter-relacionamento dos crentes.

Ela representa o lar espiritual onde, além do conhecimento da Palavra de Deus, compartilham-se idéias, princípios, verdades e aspirações.

V. É importante porque é ferramenta de evangelização e discipulado.

VI. É importante na edificação total da família cristã.

Ela não cuida apenas da formação espiritual, mas preocupa-se com a edificação geral, que inclui:

Bons costumes, exercício da cidadania e a formação do caráter

A ED complementa e, às vezes corrige a educação ministrada nas escolas seculares.

a) A ED complementa a educação cristã ministrada nos lares.

No Antigo Testamento, entre o povo de Deus, eram os próprios pais os responsáveis pelo ensino das Escrituras:

“E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimará (inculcarás) a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt 6.6,7).

“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te” (Dt 11.18,19).

“Ajunta o povo, homens, e mulheres, e meninos, e os teus estrangeiros que estão dentro das tuas portas, para que ouçam, e aprendam, e temam ao Senhor, vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas as palavras desta lei” (Dt 31.12).

“E o terá consigo (o livro da Lei), e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos para cumpri-los” (Dt 17.19).

O objetivo final é sempre cumprir: “Sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes enganando-vos com falsos discursos” (Tg 1.22).

A grande maioria das famílias recebe pouca ou nenhuma instrução na Palavra de Deus, no lar, sob a liderança do seu chefe. Em função de a Bíblia perder seu lugar no seio da família, a igreja ficou com a grande responsabilidade de providenciar educação religiosa.

Todo o impacto desta responsabilidade caiu sobre a ED e seus oficiais. Além de aproximar pais e filhos na comunhão do corpo de Cristo, A ED introduz crianças, adolescentes, jovens e adultos no conhecimento bíblico, afastando-os da ociosidade e das más companhias.

VII. É importante porque é fonte de genuíno avivamento.

Hilquias, o sacerdote: “Achei o livro da Lei na Casa do Senhor” (2 Cr 34.15).

É um chamamento à redescoberta do ensino da Palavra de Deus como base de todo avivamento. Não há outro caminho para manter a Igreja viva, a não ser o retorno às Escrituras, como ocorreu no tempo do rei Josias.

marcos.tuler@cpad.com.br

Tel: (21) 2406-7345