segunda-feira, 26 de janeiro de 2009



Em breve o próximo livro do pastor Marcos Tuler; "Técnicas de Estudo para Professores de Escola Dominical".

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009



PRESERVE OS "RASTROS" DE DEUS

Por: Marcos Tuler

Nas regiões da Ásia, um viajante armou sua tenda à beira da estrada e se acomodou para dormir. O servo dobrou os joelhos para a oração da noite. "Podes ver, apalpar, porventura o teu Deus?" perguntou-lhe o senhor. O servo se calou.
– "Como sabes então que ele existe?" – o amo insiste. Pela manhã, o amo vem à porta da tenda: – "Passou por aqui um camelo." – "Viste-o? Apalpaste-o? Como sabes que ele existe e passou por aqui?" perguntou o servo. – "Cá está o rastro."
– "Ah! Conheces a existência de um camelo pelo rastro e não conheces a Deus pelas obras de suas mãos, pelos astros do firmamento?", disse-lhe o sábio servidor.
Deus nunca se preocupou em provar sua existência, porém o grande argumento bíblico são as evidências das suas obras. "Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" (Sl 19.1).
Deus não somente existe e é criador de todas as coisas, mas, preocupa-se com suas criaturas, especialmente com o homem. Deus fez tudo para livrar a humanidade de seus pecados. A Palavra de Deus afirma que todos pecaram e destituídos ficaram da glória de Deus (Rm 3.23). Deus, porém, na sua misericórdia, não quer que ninguém pereça, e proveu salvação para todos que quiserem. Jesus morreu em lugar do pecador, levando sobre si o pecado do mundo (Is 53.6b; Jo 1.29). Quem quiser pode agora ser salvo mediante o Senhor Jesus Cristo (Mt 1.21). O castigo do pecado que era a morte (Ez 18.4), o Senhor Jesus levou em seu corpo no Calvário.
Deus não somente existe, mas é o galardoador daqueles que o buscam em espírito e em verdade.

O grande astrônomo, Kepler, escreveu: "Na criação vejo a mão de Deus". E o famoso cientista Pasteur, assim se expressou: "Quanto mais estudo a natureza, tanto mais admiro-me das obras de Deus".
A crença na existência de Deus sempre esteve vinculada às suas obras, entrementes, muitas filosofias foram criadas sobre a natureza, como o panteísmo, que confunde o Criador com a criatura. Biblicamente a natureza significa o mundo criado, onde Deus faz imperar as suas leis e desenvolve os seus propósitos. Neste sentido, a criação provê uma notável lição objetiva que nos ensina a grandiosidade de Deus, a sua sabedoria, o seu poder e a sua majestade. Como diz as Escrituras: "Portanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis" (Rm 1.19,20).
Deus não apenas criou a natureza, mas desde o início colocou-a sob o domínio e a regência do homem para a sua própria subsistência. "Enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra..." "...Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente...e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento" (Gn 1.28,29). "Fazes com que ele (o homem) tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés" (Sl 8.6). Grifo Nosso.
De que modo o homem a tem administrado? Como a tem preservado? Se o Criador lhe pedisse contas, como se haveria após milênios de mordomia? Em que situação se encontra a natureza neste novo milênio? O ser humano pode esquivar-se de sua responsabilidade quando a situação envolve subsistência?
Fotos da terra tiradas do espaço mostram um planeta com uma bonita cor verde-azulada. Entretanto, olhando mais de perto, podemos ver uma série de "feridas", todas elas abertas pela ação daninha do próprio homem. Como teve início esse processo de destruição que atualmente começa a ameaçar a sobrevivência da humanidade?
Basta darmos uma passeio a pé por qualquer rua movimentada de uma grande cidade para, depois de algum tempo, sentirmos a garganta e os olhos irritados. Estamos respirando milhares de partículas sólidas, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e de enxofre e monóxido de carbono. Essas substâncias são produzidas por veículos, indústrias e incineradores. Tais compostos favorecem o aparecimento de várias doenças. É o homem se autodestruindo pelos maus tratos à velha natureza!
Nas últimas décadas as previsões para esse início de Milênio eram as piores possíveis. Dizia-se que no ano 2010, as pessoas precisariam usar máscaras de oxigênio nas grandes cidades como Tóquio, São Paulo e Los Angeles. Graças a Deus que essas previsões não foram confirmadas.
O lançamento de esgotos sem tratamento ou com tratamento deficiente em rios, lagos e baías é uma das causas da poluição das águas. Uma outra forma de poluição ambiental é causada por aviões supersônicos e pelos aparentemente inofensivos aerossóis, que destroem a camada de ozônio que envolve e protege a terra contra o excesso de radiações ultravioleta.
Mais séria ainda é a poluição causada por substâncias não-biodegradáveis, os detergentes por exemplo, podem formar montanhas de espuma na superfície dos rios.
Os vazamentos acidentais dos navios petroleiros, como aconteceu recentemente na Baía de Guanabara/RJ, bem como a exploração de poços marítimos de petróleo, acarretam a poluição dos mares pelos óleos, que são decompostos muito lentamente. As aves marinhas, os peixes, crustáceos, moluscos e microorganismos sofrem logo os efeitos dessa poluição.
Centenas de espécies de aves e de mamíferos já desapareceram em conseqüência da ação do homem e outras tantas encontram-se atualmente em perigo de extinção.
Ainda poderíamos citar várias outras agressões à natureza como: a destruição do solos, o desflorestamento por meio de queimadas, poluição por pesticidas e a poluição radioativa.
Como Deus, o Criador, vê tudo isso? Como pode suportar tamanho desrespeito, desprezo e assolação da sua obra?
Deus deixou seus “rastros” na forma exuberante da natureza e nos mostra como os conserva. O Criador preserva sua Obra através de leis naturais por Ele mesmo instituídas. Exemplo disso é o caso do peixe-boi da Amazônia. Se for exterminado levará muitas espécies consigo. O gigantesco comedor de capim aquático fertiliza a água com seus excrementos. Essa mistura funciona como adubo que faz crescer plantas, que atraem larvas, que mais tarde alimentam dezenas de espécies de peixes. Sem a presença do peixe-boi esses animais estariam completamente ameaçados. É Deus que mantém este equilíbrio! Quanta generosidade!
Para que o homem se conscientize do cuidado que deve ter com o meio-ambiente e a natureza deve em primeiro plano crer incondicionalmente na existência de um Deus criador, pessoal e presente, que jamais abandonou suas criaturas ao sabor do acaso. Mas que cuida, preserva, e regenera. Veja o modo maravilhoso como o Todo-Poderoso atenta para suas criaturas. O Senhor do Universo trata caprichosamente de cada detalhe, de cada provisão. Ele está sempre nos inquirindo no intuito de O tomarmos como exemplo: "A chuva por ventura tem pai? Ou quem gerou as gotas do orvalho? De que ventre procedeu o gelo? E quem gerou a geada do céu?" E o Altíssimo continua a perguntar: "Por ventura caçarás tu presa para a leoa, ou saciarás a fome dos filhos dos leões? Quem prepara aos corvos o seu alimento, quando os seus filhotes gritam a Deus e andam vagueando, por não terem o que comer?" (Jó 38.28,29,39-41).
Na sua capacidade de sustentador e preservador de tudo, Deus aparece como governador soberano e o maior exemplo de conservador do Planeta. "Ele rega os montes desde as suas câmaras; a terra farta-se do fruto das suas obras. Faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão" (Sl 104.1-31).
E quanto a nós, coroa de sua criação? Não deveríamos estar preocupados com a nossa própria conservação? O mais interessante é que as provisões divinas em favor da natureza mostram-nos a sua preocupação providencial por nós também. "Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?" (Mt 6.25-34).

Marcos Tuler é pedagogo, pós-graduado em docência para o ensino superior e chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009





PERFIL IDEAL DE PROFESSOR PARA O ENSINO PARTICIPATIVO


1. Professor Entusiasta.

Seja simples e direto na maneira de ensinar, porém, sempre com entusiasmo. O professor entusiasmado é aquele que possui exaltação criadora; dedica-se ardentemente em tudo que faz e sempre fala com veemência, vigor e paixão.
Entusiasmo verdadeiro contagia os alunos. Eles entram no clima do professor e se lançam às atividades de aula com surpreendente interesse. Ao preparar suas lições, faça com satisfação e alegria. Sinta-se feliz todas as vezes que sua classe estiver reunida para a aula.

2. Professor Líder.

Características do professor líder:

a) Amor e dedicação altruísta por seus alunos.

O professor líder conhece seus alunos, caminhando lado a lado com eles. Mantém contato individual, sensibilizando-se com as necessidades do grupo. Jesus sempre amou a todos e se interessava por seus problemas. O mestre se interessava mais por pessoas do que por credos, cerimônias, organizações ou equipamentos. O professor tem o dever de amar seus alunos e demonstrar um vivo interesse pelo bem-estar deles. Sua preocupação com a vida dos alunos suprirá em boa parte as deficiências de conhecimento pedagógico.

b) Coragem.

Jesus, nosso Grande Líder, não teve medo de desapontar seus discípulos, mas falava a verdade com amor. (Veja o exemplo de Nicodemos.) Mas, quando tinha de tomar atitudes enérgicas não se importava com as conseqüências: expulsou com ousadia os vendedores do templo.
Professor, ter coragem não significa nunca ter medo ou vacilar. Não quer dizer que você jamais irá sentir-se confuso. É fazer o que é certo, independente das circunstâncias.

c) Bondade e mansidão.

Quando o Mestre dos mestres deparou-se com uma mulher adúltera, não a desprezou. Pelo contrário, tratou-a com amor, perdoando-a (Mc 6.34).
O professor líder deve sempre considerar os sentimentos de seus alunos. Estar aberto para aprender e não se orgulhar a ponto de recusar a correção. Jamais deve menosprezar os alunos considerados fracos e ineptos. Deve sim, corrigi-los com bondade.

d) Generosidade.

Jesus ofereceu às pessoas o que elas não podiam ter por si mesmas: alimentou 5000 pessoas, deu vista aos cegos, vinho para os convidados do casamento em Caná (...) entregou-se a si mesmo para nos resgatar.
O professor líder deve dar de si sem esperar retorno: animar, incentivar os outros para que eles tenham sucesso. Dar de seu tempo, dispensar atenção, partilhar suas experiências etc.

e) Sinceridade.

Jesus não ensinou apenas que deveríamos falar a verdade: Ele personificou a verdade: “Eu sou...a verdade” (Jô 14.6). Falou a verdade quando sua popularidade exigia uma mentira. Falou a verdade quando isso acarretava o risco de ser abandonado pelas multidões. Jesus foi cem por cento aquilo que ensinou.
O professor líder não deve manipular a verdade. Quando falamos menos que a verdade, estamos mentindo, ou seja, devemos evitar insinuações, silêncios, omissões (Ef 4.14,15). O que o mestre irradia (seu caráter e compromisso) é muito mais importante do que aquilo que ele diz (a comunicação de sua aula). Como diz o provérbio popular: “Aquilo que você é fala tão alto que não posso ouvir o que você diz”.

f) Perdão.

O professor líder é capaz de perdoar porque já experimentou em sua própria vida o que é ser perdoado (Mt 18.22).

g) Bom senso.

Jesus colocou a compaixão e a misericórdia à frente das leis: curou no sábado. Devemos tomar cuidado para que os regulamentos não nos aprisionem a ponto de nos impedirem de vermos, sentirmos e nos importarmos com as necessidades das pessoas.
“Amar as pessoas e usar as coisas é diferente de amar as coisas e usar as pessoas.”
Leis e regulamentos são feitos para ajudar e não para atrapalhar.

h) Submissão.

A vontade do Pai era o ideal maior de Jesus (Lc 22.41,42). Buscar orientação de Deus em todas as áreas da sua vida como pessoa e como líder.

i) Enérgico, positivo, firme.

Sem levantar a voz, Jesus foi enérgico, firme e positivo com seus inquiridores (Mt 5.20–16.6-11).
O professor líder deve ser firme sem, contudo, ser autoritário, ditador. Ser firme nas decisões, nos objetivos, no propósito, sem se fechar para sugestões. Há um grande contraste entre as palavras de Jesus e os ensinamentos dos escribas e fariseus (Lc 4.32; Mt 7.28,29). Jesus nunca falou “Eu acho” ou “Talvez”, mas “Em verdade, em verdade vos digo...”

j) Organizado.

Jesus orou, convocou, treinou e avaliou o trabalho de seus discípulos.
O professor líder deve buscar orientação de Deus, traçar objetivos, ordenar prioridades, ser mordomo do tempo.

l) Compreensivo.

Jesus compreendeu o fato de Nicodemos ir procurá-lo à noite. Compreendeu a mulher adúltera.
O professor líder deve dizer sempre a verdade, mas por compreensão da natureza humana saber ouvir e fazer as colocações necessárias, em amor.

m) Simpático.

A simpatia que Jesus exercia sobre as pessoas foi responsável pela cura de enfermos, restauração moral e espiritual de muitos e fez com que Ele fosse “o desejado das nações”, apesar de não possuir formosura alguma.
O professor líder não pode se cansar, nem se irritar. O líder não deve ser inconveniente. Deve ser desprovido de artifícios. Ser atraente pelo que é e não por aquilo que os outros querem que seja.

3. Professor Criativo.

Você sabe expor suas idéias quando participa de reuniões, conferências e congressos? Há quanto tempo não lança uma idéia nova e original em suas aulas? Você é acessível a novas técnicas ou se satisfaz com as antigas?
Experimente pôr de lado a rotina por um momento e dar asas à imaginação no que se refere ao seu método de ensino, ao conteúdo, aos seus alunos e à sua sala de aula. Você descobrirá que o pensamento criador é uma atividade fascinante e altamente lucrativa. Procure novos caminhos. Desperte o poder criador que já existe na maioria de seus alunos.
O professor deve criar um ambiente de constante expectativa do “novo”, do atraente, da curiosidade. O aluno quer livrar-se do tédio e da monotonia. Ele deseja entrar em atividade e demonstrar que também é habilidoso e criativo.
O mestre que simplesmente reproduz enfadonha e rotineiramente o conteúdo da revista, sem empreender o esforço da pesquisa, está irremediavelmente fadado ao fracasso.
Todos os que têm o Espírito Santo em sua vida são naturalmente criativos. O problema é que na maioria das vezes nos julgamos incapazes de realizar algo interessante, atraente, inédito. O pessimismo sempre foi o inimigo número um da criatividade.
Desde tenra idade temos acumulado muitas informações e conhecimentos. Não fazemos idéia do que guardamos no recôndito de nossas mentes ao longo desses anos. Esses materiais estão escondidos, trancafiados nos cantinhos de nossa mente; precisam ser descobertos e liberados para serem transformados em coisas novas.
O que fazer para nos tornar professores criativos?
a) Procure obter novas experiências. De vez em quando, faça algo que nunca fez antes. Pense em alguma coisa que você gostaria de fazer e ainda não teve oportunidade. Aprenda a tocar um instrumento, estude arte, ande a cavalo, visite um bairro desconhecido, fale com alguém que não tenha intimidade. Ouse sair do “quadrado”, dos seus limites e você descobrirá que possui habilidades que nem imaginava.
b) Arrume tempo para sonhar. O cérebro fica mais ativo quando sonhamos (acordados). Precisamos de tempo para não fazer nada. Ficarmos sozinhos, apenas pensando, sonhando, refletindo sobre nossas vidas. Deixe sua mente divagar (nem que seja por pouco tempo) por caminhos desconhecidos, perguntando “Por quê?”, “Será?”, “É possível?”. Cultive sua imaginação. Sabe porque as crianças são mais criativas? Elas não perderam a capacidade de sonhar.
c) Trabalhe com outros professores. Às vezes, temos idéias brilhantes, mas não temos coragem de levá-las a efeito ou apresentá-las a alguém. Achamos que tais idéias não são originais ou, talvez, não sejam tão interessantes. Porém, se partilharmos nossas idéias com outros professores, elas poderão ser aproveitadas, melhoradas, ampliadas e colocadas em prática.
d) Brinque. Brinque todas as vezes que tiver oportunidade para isso. Faça do seu local de trabalho um lugar divertido. A brincadeira pode nos tornar pessoas mais criativas. A brincadeira descansa a mente e nos faz pensar em outras coisas e assim nos ajuda a gerar novas idéias. A brincadeira nos traz prazer, e uma pessoa alegre é mais criativa.
e) Leia. Se você deseja ser uma pessoa criativa, precisa ter bagagem. E não existe melhor maneira de adquiri-la se não por meio da leitura. Leia todos os dias! Leia tudo o que puder: jornais, revistas, livros, poemas, ficção, contos, crônicas etc.
Recorte artigos, desenhos, ilustrações interessantes e guarde tudo num arquivo, de acordo com o assunto. Quando você menos esperar vai precisar de tudo isso.

4. Professor Socializador.

A educação e o ensino são fenômenos de interação psicológica e comunicação social. Os alunos precisam sentir-se parte de um grupo. Às vezes, nos esquecemos que nossos alunos têm carências sociais e afetivas, dificuldades de relacionamento e necessidades de cultivar amizades sinceras. O professor deve propiciar um clima de amizade entre os alunos. Não é suficiente o contato que tem com eles durante as aulas na Escola Dominical. O mestre precisa propiciar um ambiente favorável a um inter-relacionamento onde haja compreensão e possam compartilhar idéias, aspirações e verdades aprendidas na Palavra de Deus.

5. Professor Orientador.

O ensino consiste na orientação que se deve dar aos alunos em seu aprendizado. A tarefa do professor não se resume em simplesmente apresentar os fatos à sua classe, mas em conduzi-la até o ponto de encontrar as devidas conclusões. Afinal, o que o professor faz é relevante em virtude do que ele leva seus alunos a fazerem. Em outras palavras, o educador não deve somente apontar aos alunos o caminho do conhecimento e da aprendizagem, mas antes conduzi-los diligentemente ao longo desse caminho. A missão do professor é estimular a busca do conhecimento.
A concepção que muitos educadores tinham, alguns anos atrás, era a de que deviam selecionar certo acervo de informações e, por assim dizer, amontoá-lo nas mentes de seus alunos. Tinha-se como um bom aluno aquele que fosse capaz de decorar a maior parte possível dessas informações e reproduzi-las quando para isso solicitado.
O ensino não consiste em que se faça alguma coisa para o aluno, mas sim em que os alunos sejam orientados enquanto fazem, eles mesmos, alguma coisa. Isto nos lembra um adágio popular que diz: “Poderás levar o cavalo até a água, mas não poderás fazê-lo beber.” A postura do professor precisa mudar de uma atitude professoral para uma atitude de facilitador da aprendizagem.
Carls Rogers em uma de suas preleções afirmou com muita propriedade: “Não se pode ensinar a outra pessoa, diretamente; podemos somente facilitar-lhe a aprendizagem.”
A educação cristã não consiste em que coloquemos algo sobre nossos alunos, mas sim em que contribuamos para que alguma coisa aconteça dentro deles.

6. Professor Aprendiz.

“Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você. Vocês são todos aprendizes, fazedores, professores”.
(Richard Bach)

O autêntico educador, ao contrário de certos professores que se sentem “donos do saber”, é humilde e está sempre com disposição para aprender. Ele não se esquece que o homem é um ser educável e nunca se cansa de aprender. Aprendemos com os livros, com nossos alunos, com as crianças, com os idosos, com os iletrados, enfim, aprendemos enquanto ensinamos.
Não há melhor maneira de aprender do que tentar ensinar outra pessoa. O professor-aprendiz deve estar atento a qualquer oportunidade de aprender. Quando não souber uma resposta, seja honesto e simplesmente diga que não sabe. A ausência do orgulho diante da realidade de “não saber”, facilita e promove a aprendizagem.
O professor precisa também aprender com os alunos e demonstrar-lhes o processo de aprender. Se eles somente conhecem o processo de ensinar, porque o professor só ensina e nunca aprende, como aprenderão a aprender? Conforme disse Sêneca: “Homines, dum docent, discent”. – “Os homens, enquanto ensinam, aprendem.”
“A diferença entre professor e aluno é que o professor e um aluno para toda a vida.” Vítor da Fonseca, educador.
Antigamente os professores davam sua aula e eles mesmos levantavam algumas questões a serem abordadas. Com isso os alunos não eram estimulados a participar. É fato porém que, quando estimulados, eles se mostram muito mais participativos e o processo de ensino-aprendizagem se torna muito mais eficaz.
O papel do professor no ensino participativo ganha maior importância. Ele deverá propor a seus alunos debates, trabalhos em grupo, incentivando a troca de experiências. Todo ensino deve ser dinâmico e toda aprendizagem tem de ser ativa, pois ela somente se realiza pelo esforço pessoal do aprendiz. O professor deve solicitar, quer no início ou no decurso de qualquer aula, a opinião, a colaboração, a iniciativa e o trabalho do aluno.

7. Professor discipulador

O Discipulado é um ministério pessoal, ilimitado e flexível. Isto significa que pode ser feito por qualquer pessoa, em qualquer tempo, lugar, circunstância e entre qualquer grupo etário. Não há rigidez quanto ao modo de realizar o trabalho e ao tempo de espera do resultado. Ou seja, não precisa ser executado dentro de um esquema cronológico rigoroso.
Mesmo assim, o discipulado é uma das formas mais rápidas de aumentar o número de batismos e aprofundar a qualidade de vida dos que são alcançados para Cristo. Não resta dúvida, que este maravilhoso ministério propicia à igreja local crentes sadios, firmes e constantes na obra de Deus. Líderes maduros, centralizados em Cristo; orientados pela Palavra de Deus.
Uma das grandes vantagens do discipulado é que não precisa ser executado, obrigatoriamente, dentro de uma estrutura organizacional, como na Escola Dominical, por exemplo. Sua estrutura é maleável, isto é, livre do rigor das instituições. O discipulado poderá ocorrer em qualquer lugar e a qualquer momento: nas casas, nas ruas, na vizinhança, nos trabalhos, nas escolas, nos corredores e dependências da igreja. De manhã, à tarde, à noite, de madrugada, enfim, o discipulado é o mais flexível dos ministérios.
Pelo que podemos depreender, o objetivo do discipulado não é apenas conseguir a maior quantidade de discípulos e depois mantê-los em um círculo fechado, como em um clube social. Fazer discípulos é tanto um resultado da evangelização quanto uma forma de realizar a evangelização. Geralmente, quem é evangelizado e discipulado passa a sentir-se parte de uma "cadeia de multiplicação espiritual" (MOORE, 1984).
Foi o que aconteceu com Dwight L. Moody: de rústico homem do campo tornou-se, por intermédio do ardoroso e persistente ministério do professor Edward Kimball, um dos maiores evangelista do século XIX.
O professor Kimball tinha o hábito de fazer discípulos em sua classe de escola dominical. Apesar da importância que dava ao conteúdo das disciplinas bíblicas, nunca perdia de vista seu primacial objetivo: ganhar seus alunos para Cristo e torná-los multiplicadores de discípulos. Este incansável ganhador de almas nutria um grande senso de responsabilidade, não apenas por sua classe como um todo, mas por cada aluno, independente de sua capacidade de aprender.
Edward Kimball era o tipo de professor que não se satisfazia, apenas, com os ensinamentos que ministrava no âmbito de sua classe. Mas, preocupava-se com a instrução de seus discípulos onde quer que estivessem. Um dia Kimball deixou o conforto de sua casa para visitar Moody na sapataria onde trabalhava. Foi justamente numa saleta dos fundos da loja de calçados, que aquele acanhado jovem, persuadido pelos fervorosos ensinamentos do professor Kimball, aceitou a Cristo como seu único e suficiente Salvador.

Por: Marcos Tuler